Eu.

Pela manhã vai para a escola, é um dos melhores aluno, tem boas notas, respeita todos, sempre sai tarde, porque adora a escola.
Chega em casa e seu pai o chama de vagabundo, inútil; “não chegou na hora porque está fumando maconha”,”você nunca vai ser ninguém na vida, nunca!”. - quando está a sós com eles, nenhuma palavra é dita, só quando sua mãe chega do trabalho, o pai, aposentado.
Olhava com uma cara séria para o pai o tempo todo - ao mesmo tempo seu pai não parava de falar. Era o jeito de não mostrar fraqueza no momento, depois ia para seu “quarto” e chorava, escrevendo suas histórias melancólicas matinais. Ele tentava ao máximo transformar isso em algo positivo, como dar o seu melhor na escola para provar que um dia seria melhor que o pai; não é fácil criar duas personalidades, a de um menino tão bom que nao parecia ter problemas e um cargo de marginal a tarde e a noite. Aprender com as decepções da vida não é fácil, mas por algum motivo, nas escritas dele, conseguia entender que fazer algo errado nos levará a outras coisas erradas, e isto poderá se tornar frequente, e para um menino como ele seria pior, pois irá sempre saber que não precisaria fazer isso e mesmo assim faz sem o consentimento do coração e do cérebro, quem estaria comandando seria um vazio, em algum lugar dentro dele, fazendo tudo para dizer: “eu estou aqui”.
“Sempre existirá pessoas para nos tornar pior, mas porque elas fazem isso?” Essa é a pergunta que sempre o salva! Essas pessoas não são melhores que você, pelo contrário, comparados com o deles, meus problemas são bem mais fáceis de controlar.

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