quinta-feira, 18 de junho de 2015

O Mapa (Mário Quintana)

Olho o mapa da cidade
Com devaneios corriqueiros
Porque não aqui uma placa: Pare.
A morte ali ataca em cheio.

Sinto uma dor infinita
Aqui jas a alegria
De quem andou pelas ruas
Protegido, por quem te cria.

Há tanta moça bonita,
Que peço desculpas pela ferida
Que o homem, tolo,
Sem saber as fazia

Quando eu for, um dia desses
Pelo porto de que tanto falam
Desculpe a decepção
Alegre? Só em dias de depressão.

Te procurei em busca de sol

Escutas o que digo,
Ou finge se importar?
(O vento está a minha frente.
Não da pra ver nem escutar,
Mas sinto.)

O corpo fala,
Mas minhas palavras são atuantes.
Veja! Quem anda a tua volta
Só quer nos ver distantes.

Não penso em me esconder
Nem viver como caracol.
Dane-se; deixe-os esparsos.
Quando te procurei, foi em busca de sol.

Sofrimento do dia (a dia)

As nuvens estão chorando
Num ritmo influenciador
Pessoas olham pra cima
Não conseguindo escapar da dor

Basta uma gota em seu corpo
Para tudo desabar
A cabeça já não pensa
Só resta desabafar

Consequências são esperadas
Não conseguem separar a dor
É como uma epidemia
Que atinge a tudo e a todos.

Ninguém me escuta
Eu que vejo tudo de fora
Mesmo dentro da nuvem farta
Pensar antes, para mim é
Um ato constante

Difícil não ser molhado
Dentre sofrimentos consecutivos
Difícil ser ouvido sem experiência
Só com conselhos confusos
Mas, tão simples é fáceis
Que já entrou em desuso.